Histórico
A UEM – Universidade Estadual de Maringá - foi criada sob a forma de fundação pública por meio da Lei Estadual nº 6.034/69 e pelo Decreto Estadual nº 18.109, de 28 de janeiro de 1970, congregando as Faculdades estaduais então existentes, ou seja, Faculdade de Ciências Econômicas (1959), Faculdade de Direito (1966) e Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras (1966).
O Curso de Ciências do 1º. Grau estava dentre os sete cursos de graduação oferecidos por esta instituição estatal e foi o embrião que deu origem ao Curso de Ciências Biológicas, criado em 1973 e reconhecido pelo Decreto nº 77.584-MEC de 11 de março de 1976. Várias pessoas foram importantes para a criação do curso, mas aqui destacamos o espírito empreendedor, a fibra e o empenho do professor Basílio Bacarin. É válido frisar também, a criação do Núcleo de Estudos Biológicos (NEB) pelos acadêmicos, que foi o embrião do que é hoje o Centro Acadêmico de Ciências Biológicas (CACIBI). Inicialmente vinculado ao CBS – Centro de Ciências Biológicas e da Saúde, este criado em 1976, ano em que o então Departamento de Ciências Biológicas foi desmembrado em DBI – Departamento de Biologia - e DFB – Departamento de Farmácia e Bioquímica, responsável pelo então Curso de Farmácia e Bioquímica. É de bom alvitre registrar que em 1975 e 1977 foram, respectivamente, criados os Cursos de Zootecnia e Agronomia, ambos com professores lotados no DBI considerando que a regra tem sido assim, ou seja, os docentes dos cursos novos são lotados no departamento que ministra o maior número de disciplinas básicas dos mesmos.
A partir de 1979 foi criado o Departamento de Ciências Agrárias, congregando os professores de Agronomia e Zootecnia. Em agosto de 1979, o projeto pedagógico do curso de Ciências Biológicas sofreu alterações que contribuíram para melhor adequação dos acadêmicos à realidade profissional da época.
Embora não tendo caráter oficial, considerando que a menor unidade administrativa da UEM é o Departamento, em 1982, por decisão da Câmara Departamental do DBI, ficaram estabelecidas as áreas de Anatomia Humana, Biofísica, Biologia Celular, Botânica, Fisiologia, Genética, Histologia e Embriologia e Zoologia e mais tarde a área de Ensino, com o propósito de melhor organizar as atividades do Departamento que crescia e continuaria crescendo.
Em novembro de 1983, um grupo de professores do DBI e, posteriormente, técnicos e estagiários, constituiu o que oficialmente em 1986 recebeu o nome de NUPELIA – Núcleo de Pesquisas em Limnologia, Ictiologia e Aquicultura, destacando-se que a ele foram sendo incorporados posteriormente, docentes de outros departamentos.
O primeiro curso de pós-graduação stricto sensu (Mestrado em Ciências Biológicas) da UEM nasceu no seio do DBI em 1986 e em 1988 iniciou-se nele também o Curso de Especialização em Ecologia de Água Doce, precursor do PEA – Programa de Pós-Graduação em Ecologia de Ambientes Aquáticos Continentais, inicialmente formado pelo Mestrado, criado em 1991 e pelo Doutorado em 1992, este, o primeiro neste nível na UEM. Também em 1988 foi criada a habilitação Bacharelado em Ciências Biológicas, conforme resolução nº 028/88-COU, de 22/07/88, e a consequente reforma do currículo da habilitação Licenciatura.
Os cursos de Medicina e Odontologia, criados em 1988, estiveram inicialmente lotados no DBI de tal forma que em 1991 o quadro docente do departamento esteve constituído de 118 docentes efetivos e 10 colaboradores, número este, que juntamente com as questões de espaço físico, trouxe muitas dificuldades. Ainda em 1991, o DBI foi desmembrado em três departamentos: Biologia Celular e Genética (DBC), Ciências Morfofisiológicas (DCM) e o próprio DBI.
Em 1992 foi implantado o regime seriado anual em substituição ao regime de créditos semestral, melhorando a participação dos acadêmicos em atividades de pesquisa e na prática de ensino. Com a expansão do número de departamentos em 1994, o Centro de Ciências Biológicas e da Saúde foi dividido em três, ou seja: CCA – Centro de Ciências Agrárias, CCB – Centro de Ciências Biológicas e CCS – Centro de Ciências da Saúde.
Como resultante de levantamentos e estudos realizados por comissão nomeada pelo DBI e considerando a carência de docentes qualificados para o exercício do magistério em Ciências e Biologia, bem como o interesse demonstrado por acadêmicos do 3º ano do então Ensino de 2º. Grau (atualmente Ensino Médio) em estudar no período da noite, em 1996 passou a ser ofertado o Curso Ciências Biológicas – Habilitação Licenciatura, no período Noturno, com a mesma carga horária do correspondente diurno, porém com duração de cinco anos.
Em 2005, o CEP aprovou o novo Projeto Pedagógico do Curso (PPC) de Graduação em Ciências Biológicas – habilitações Bacharelado e Licenciatura. Em face aos avanços da Biologia e novas exigências do perfil do profissional em Ciências Biológicas, levando em consideração a identificação de problemas e necessidades atuais e perspectivas da sociedade, o PPC sofreu novas alterações em 2010 (Resolução 044/2010-CI/CCB). Desde então, uma comissão e, posteriormente, o Núcleo Docente Estruturante (NDE) foi estabelecida com o objetivo de propor reformulações, atualizações e avaliar permanentemente o curso a fim de garantir uma sólida formação básica inter e multidisciplinar, possibilitando ao acadêmico tornar-se um biólogo capaz de disputar campos de mercado com competência e capacidade profissional.
Em 2012, por iniciativa dos acadêmicos do curso de Ciências Biológicas e com o apoio dos docentes do DBI, foi criada a Ecoalize – Consultoria Ambiental Júnior, cujo objetivo foi estabelecer o contato entre os graduandos e o mercado de trabalho, assim como desenvolver a experiência na área do empreendedorismo.
A partir de 2015, tendo como base a Resolução nº 002/2015-CNE/CP, a qual define as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Formação Inicial em nível superior (cursos de Licenciatura, cursos de Formação Pedagógica para graduados e cursos de Segunda Licenciatura) e para a Formação Continuada, documento que apresenta as novas diretrizes para os cursos de Licenciatura e tem como objetivo principal o fortalecimento desses cursos em todo o país. Faz-se relevante ressaltar ainda que, no âmbito institucional, as contribuições das discussões propostas pelo Fórum Permanente das Licenciaturas-UEM, regulamentada pela Resolução nº 023/2016-CEP, a qual procurou refletir, debater e propor políticas de formação de professores no âmbito das Licenciaturas nesta universidade, também foram muito frutuosas.
Nesse contexto, iniciou-se os trabalhos, no âmbito do NDE do Curso de Ciências Biológicas, com o objetivo de revisar e atualizar o PPC no que diz respeito à Formação de Professores (habilitação Licenciatura e, consequentemente, a habilitação Bacharelado), principalmente no que se refere aos seguintes aspectos: i) adequação da habilitação Licenciatura à Resolução nº 002/2015-CNE/CP, como por exemplo: inserção dos conceitos de Prática como Componente Curricular/Prática Pedagógica e Dimensão Pedagógica nas maioria das ementas das disciplinas do curso, implantação da disciplina de Gestão Escolar na estrutura curricular do curso; ii) criação da disciplina de Didática das Ciências (em substituição à disciplina de Didática geral); iii) revisão da carga horária total do curso; iv) manutenção da entrada única no ato da inscrição do Vestibular para as duas habilitações (Licenciatura e Bacharelado) no curso integral; v) adequação da carga-horária do componente curricular Estágio Supervisionado da Licenciatura (Ciências e Biologia), totalizando 400 horas de estágio; vi) inserção, de acordo com as respectivas resoluções, das discussões acerca das questões relativas à Educação em Direitos Humanos (Resolução nº 001/2012-CNE/CP), à Educação das Relações Étnico-raciais (Resolução n° 001/2004-CNE/CP) e à Educação Ambiental (Resolução nº 002/2012 – CNE/CP) em algumas disciplinas do curso, dentre outras adequações.
Atualmente, a nova proposta de reformulação do PPC está em andamento e segue para aprovação nas três instâncias superiores ao NDE, com previsão para ser implantada para o ano letivo de 2020.
De um total de 1.918 biólogos formados até 2017, muitos estão atuando no magistério (Ensino Fundamental, Médio e Superior) em estabelecimentos de ensino de Maringá, região e também de outros estados. Alguns, ainda, estão atuando em Institutos de Pesquisas ou cursando pós-graduação em várias regiões do país. Destaca-se que no Ensino Superior, muitos dos docentes mestres e/ou doutores, nas diferentes áreas biológicas frequentaram o curso de Ciências Biológicas da UEM.
Os vários projetos de pesquisa desenvolvidos por docentes e biólogos dos departamentos do Centro de Ciências Biológicas têm possibilitado aos alunos/acadêmicos a experiência científica fundamental nas mais diferentes áreas, dando-lhes oportunidades de Iniciação Científica e a docência e aprimorando, assim, sua formação.
Os docentes do Curso de Ciências Biológicas são, em sua maioria, capacitados em nível de doutorado, desenvolvendo projetos de pesquisa financiados pelo CNPq, CAPES e outras agências de fomento. Muitos dos professores ministram disciplinas em cursos de pós-graduação lato sensu e stricto sensu. A excelente capacitação do corpo docente e as oportunidades de aprimoramento dos acadêmicos durante o curso (estágios obrigatórios e não-obrigatórios) e após a conclusão do curso (pós-graduação), são fatores que têm possibilitado o aumento no número de candidatos nos concursos vestibulares, refletindo o nível cada vez melhor dos ingressantes.
Texto elaborado pelos Professores: Erivelto Goulart, Marion Haruko Machado e Fúlvia Eloá Maricato.